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Josias de Souza

PIB cresce pouco, mas a mediocridade bombou

Josias de Souza

01/09/2017 19h38

Michel Temer e o ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, bateram bumbo para festejar a notícia de que a economia brasileira cresceu 0,2% no segundo trimestre. O dado revela que "o Brasil está crescendo e se recuperando", alardeou Temer. Isso é uma meia verdade. A verdade inteira é que o país cresce menos do que poderia e se recupera ainda deitado na maca. E o que impede o PIB de florescer é precisamente o governo de Temer.

A recuperação da economia em níveis adequados depende basicamente de uma palavra: confiança. Sobra dinheiro no mundo. Não faltam investidores estrangeiros interessados em fazer negócios no Brasil. O empresariado nacional também não vê a hora de reacender as suas fornalhas. O que trava a retomada, impedindo que a recuperação seja vigorosa, é a crise política.

Deve-se o soluço do PIB sobretudo a uma elevação do consumo das famílias. Mas indicadores vitais, como a taxa de investimento, continuam negativos. O investidor olha para Brasília e enxerga: um presidente lutando para não cair, o Tesouro Nacional em ruínas e os congressistas preocupados em salvar o próprio pescoço, não as contas da Previdência. Nesse ambiente, a economia apenas soluça. Mas de uma coisa ninguém duvida: a mediocridade está bombando.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.