Só prisão de delatores salva novo script da JBS
Num instante em que Rodrigo Janot providenciava para si mesmo um script Classe A, no qual fazia o papel de um arqueiro destemido, surgiu um áudio tóxico. Nele, os delatores da JBS injetam em cena um outro script, Classe B. Em vez do épico idealizado por Janot, um policial barato. É protagonizado por Joesley e seu escudeiro providencial: Ricardo Saud, um Sancho Pança de algibeiras cheias.
Ouvindo-se a fita, dá para imaginar a dupla, pés sobre a mesa, calculando o quanto da rapina a JBS conseguiria salvar. É como se a dupla gargalhasse da República apodrecida e do procurador-geral, que lhes proporcionaria a completa imunidade penal. Dispunham da luxuosa assessoria de Marcelo Miller, um amigo de Janot, procurador da Lava Jato. Que virou a casaca.
"Nós somos a joia da coroa deles", disse o delator Joesley, na conversa em que celebrou sua capacidade de antecipar os passos de Janot. "Temos que ser a tampa do caixão", ele acrescentou, antevendo a mercadoria que teria de entregar para merecer o prêmio máximo. "Não vamos ser presos", previu Joesley. "E vamos salvar a empresa."
No script Classe A, Janot era um temido arqueiro. No Script Classe B, os delatores o converteram num procurador manipulado. Só há uma maneira de salvar esse filme: aproveitar todas as provas e enviar os delatores para a cadeia.
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