Faltou mão de obra para ler a peça anti-Temer
Por falta de mão de obra, a Câmara adiou novamente a leitura da denúncia contra Michel Temer e os ministros palacianos Moreira Franco e Eliseu Padilha. O regimento exige a presença de pelo menos 51 deputados dos 513 deputados. Havia 23 no prédio. Apenas nove deram as caras no plenário.
Foi o segundo adiamento. Na sexta-feira, dois deputados dividiam o ambiente com com as moscas. Um deles era Celso Jacob (PMDB-RJ). Presidiário, Jacob cumpre sua pena em regime semi-aberto. Durante o dia, dá expediente na Câmara. À noite, volta para a cadeia.
A plateia já sabe que a segunda denúncia da Procuradoria contra Temer terá o mesmo destino da primeira: a cova. Mas os holofotes que imprensa lança sobre o tema adicionam sofrimento ao tédio infinito que tomou de assalto (ops!) a plateia. Num país obrigado a conviver com 13 milhões de desempregados, é doloroso constatar que os deputados ganham horrores para se abster de trabalhar.
Pior: quando arregaçarem as mangas, entre terça e quarta-feira, será para arrancar do governo todas as vantagens que o dinheiro público for capaz de bancar em troca do salvo-conduto para que Temer e seus cúmplices continuem agindo sem o incômodo de uma investigação.
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