Dória é favorito a fazer de Alckmin o presidenciável do tucanato em 2018
Na campanha municipal, as coisas ficaram fáceis para João Doria. Tão fáceis que ele virou prefeito no primeiro turno apenas repetindo que não era político, que abominava os corruptos do PT e que colocaria todo o seu talento a serviço do povo de São Paulo. Decorridos dez meses, os fatos estragaram a fábula.
Doria tomou tanto gosto pelo personagem que criou que está esquecendo que sua obrigação é ser o prefeito que prometeu. Revela-se um político do pior tipo: traidor. Mete-se em articulações com corruptos antipetistas. E percorre o país espalhando a insinuação de que está disposto a fazer o favor de presidir a República.
O Datafolha indica que Dória entrou em processo de autocombustão. O paulistano parece desejar bem mais do que um prefeito cenográfico. E se irrita com a percepção de que o alcaide gasta mais energias com seus planos nacionais do que com os problemas da cidade. Mas Dória não enxerga problemas no espelho. Ele atribui a queda de sua popularidade à herança que recebeu do PT.
Empresário, Doria não produz um palito de fósforo. Amigo leal, oferece diariamente a Geraldo Alckmin uma caricatura da sinceridade. Prefeito, sonha com a Presidência. Ético, negocia com qualquer legenda lavajatista que se disponha a recepcionar seus planos oligofrênicos. E ofende a lógica esgrimindo a tese segundo a qual o nome do seu problema é Fernando Haddad.
Doria perdeu a aura de diferente. Ou, por outra, voltou a ser o velho Doria. Migrou da condição de não-político para a de político tradicional, suspeito de tudo o que se costuma suspeitar nessa fauna. Foi de um extremo ao outro sem nenhum meio-termo para disfarçar a ferrugem. A contragosto, presta um serviço ao seu padrinho político. Tornou-se o candidato favorito a fazer de Alckmin o presidenciável do PSDB em 2018.
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