Huck afirma ao PPS que decidirá sobre candidatura presidencial até dezembro
Reunido na última quinta-feira com Roberto Freire, presidente do PPS, o apresentador Luciano Huck disse que decidirá no mês de dezembro se irá apenas "participar" ou "competir" nas eleições presidenciais de 2018. Não foi a primeira conversa de Freire com Huck. Eles já tiveram pelo menos três encontros. Freire estendeu o tapete vermelho para que Huck dispute a Presidência da República pelo PPS. Ficaram de se reunir novamente antes do final do ano.
O encontro ocorreu na residência do economista Armínio Fraga, no Rio de Janeiro. Foi testemunhado por outras duas pessoas: o ministro Raul Jungmann (Defesa) e Ilona Szabó, diretora do Instituto Igarapé, ONG que atua na área da segurança pública. Armínio, Ilona e Huck integram o Agora!, movimento cívico que tem a pretensão de interferir na política, qualificando-a. Três dias antes, Freire reunira em Brasília a Executiva do PPS. Informou à cúpula partidária sobre seus contatos com Huck. A legenda decidiu franquear os seus quadros para a filiação de integrantes do Agora!, sobretudo Huck.
Freire não fez segredo sobre seu entusiasmo com a perspectiva de lançar a candidatura presidencial do apresentador da TV Globo pelo PPS. Antes mesmo da decisão de Huck, já se esboça uma disputa. Presente à reunião da Executiva, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) reafirmou seu desejo de concorrer ao Planalto. Em conversa com o blog, ele declarou que, se necessário, medirá forças com Huck. A decisão do PPS sobre a candidatura será tomada num Congresso partidário marcado para março.
Cristovam repetiu para o repórter o que dissera para os dirigentes do PPS: "A gente pode participar da próxima campanha de duas maneiras. Uma é olhando apenas a coreografia dos candidatos, como se fosse um grande balé. A outra, que prefiro, é procurando uma proposta para conduzir o Brasil. Essa proposta precisa ter duas vertentes. Primeiro: como retomar uma coesão no Brasil? Somos um país dividido, caminhando para a desagregação. Segundo: como definir um rumo para o 3º centenário da Indepência, que começa em quatro anos? O próximo presidente tem de sinalizar onde estaremos no ano de 2040."
Huck não está conversando apenas com o PPS. Seu encontro com Freire e Jungmann ocorreu no meio da tarde de quinta-feira. Horas depois, jantou com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. Sondou-o sobre sua disposição de compor uma chapa presidencial na condição de vice. Hartung mostrou-se absolutamente receptivo à ideia. O apresentador tem conversado também com Marina Silva, presidenciável da Rede Sustentabilidade.
Ex-presidente do Banco Central na gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga tornou-se uma espécie de guru econômico de Luciano Huck. Em privado, revela-se disposto a coordenar a elaboração de um programa econômico caso a candidatura se materialize. O apresentador achegou-se também ao economista Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda no primeiro mandato de Lula.
Os entusiastas de Huck animam-se com seu interesse pela política por enxergar nele potencial para se firmar como uma opção presidencial de centro —uma alternativa à polarização que tem Lula num extremo e Jair Bolsonaro no outro. Imagina-se que a audiência que o apresentador conquistou nas classes C, D e E com seu 'Caldeirão do Huck' pode se converter em votos nas urnas de 2018.
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