Miller trata sua ‘lambança’ como leite derramado
Em depoimento à CPI da JBS, o ex-procurador da República Marcello Miller admitiu o que já não pode negar: prestou assistência aos delatores milionários antes de se desligar do Ministério Público Federal. Chamou de "lambança" o que a própria Procuradoria investiga como delito. "Eu não cometi crimes. Eu não cometi nenhum crime. Eu fiz uma lambança e é por isso que eu estou aqui."
Miller fez pose de ingênuo: "Eu acho que o que aconteceu foi o seguinte: ao refletir sobre a situação, analisei que não havia crime e não havia ato de impropriedade, mas não me atentei para as interpretações que poderia suscitar. Não me atentei." Transbordou boas intenções: "Eu estava incentivando eles a falarem a verdade." Forrou o bolso, mas esse detalhe é irrelevante. "Eu não agi por ganância."
O que Miller declarou, com outras palavras, foi o seguinte: "Agi como um imbecil. Mas o leite está derramado. O que está feito está feito. Não há como desfazer." Tolice. Considerando-se que o ex-procurador confessou ter derramado o leite, é importante saber: Por quê? Em cima de quem? Em que cirunstâncias? A corrupção brasileira tornou-se endêmica justamente porque o país não punia o leite derramado.
Está claro que Miller não é o tipo de sujeito a quem se deve confiar uma bandeja com um copo de leite, mesmo que metafórico. Tomado pelo comportamento, o ex-procurador protagonizou episódios que envergonhariam um garçom de boteco. Agora, é preciso saber que líquidos Miller andou derramando para produzir o que chamou de "lambança."
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