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Josias de Souza

Bolsonaro interditou o pouso de tucanos no PSL

Josias de Souza

06/01/2018 04h25

Ao adotar o PSL como plataforma para o lançamento de sua candidatura presidencial, Jair Bolsonaro jogou água no chope da dissidência do PSDB. O pedaço rebelde do tucanato alçaria voo em direção ao "Livres", um movimento que se equipava para virar partido aproveitando a estrutura do PSL. A chegada de Bolsonaro estilhaçou o projeto.

Hoje, o PSL (Partido Social Liberal) tem uma bancada minúscula de três deputados federais. Pelo menos 12 parlamentares já estavam a caminho da legenda. Metade desse grupo viria do PSDB. Somando-se a outros deputados que cogitavam tomar o mesmo caminho, estimava-se que, rebatizado de "Livres", o PSL atrairia algo como 20 parlamentares.

O tucanato deu meia-volta. A economista tucana Elena Landau, que já havia deixado o PSDB, juntando-se ao "Livres", tomou distância do PSL. O movimento já controlava pelo menos 12 diretórios estaduais da legenda. Entretanto, preferiu desembarcar a acorrentar-se ao projeto presidencial de Bolsonaro. O desafio do "Livres" é se manter como movimento depois que se dissipou a perspectiva de conversão em partido político.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.