Julgamento de Lula exala um aroma de história
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região realiza nesta quarta-feira um julgamento histórico. Os petistas enxergam na berlinda um presidenciável perseguido injustamente. Os antipetistas vêem no banco dos réus um ex-presidente que desonrou o cargo. Mas a verdade é que o tribunal não está julgando o ex-presidente ou o presidenciável. Julga-se Lula, um cidadão com direitos e deveres iguais aos de qualquer outro brasileiro.
A política brasileira está na lama. E não é de hoje. No Brasil pós-redemocratização, elegeram-se diretamente quatro presidentes. Dois sofreram impeachment: Collor e Dilma. Temer, o atual presidente arrasta duas denúncias criminais —flerta com uma terceira. E Lula, que deixou o Planalto com mais de 80% de popularidade, recorre da sentença que o condenou a nove anos e meio de cadeia. Num ambiente assim, o papel da Justiça é produzir veredictos que coloquem a sujeira em pratos limpos.
Lula pode ser absolvido ou condenado. É do jogo. O que foge à normalidade é a tentativa de converter um julgamento regular, feito sob as regras do devido processo legal, num falso atentado à democracia. Absolvido, Lula continuará desfilando pela cena eleitoral um rastro pegajoso que inclui outros oito processos criminais. Condenado, ficará inelegível. E pode ser preso.
Nunca na história desse país um ex-presidente esteve tão próximo de confirmar a máxima segundo a qual ninguém está acima da lei. É por isso que o julgamento de Porto Alegre tem cheiro de história.
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