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Josias de Souza

Pezão não se preparou, mas os criminosos sim

Josias de Souza

14/02/2018 16h18

"Não estávamos preparados", disse Luiz Fernando de Souza, o Pezão, sobre o Carnaval de sangue, suor e violência que o Rio de Janeiro proporcionou aos foliões em 2018. Pronunciada assim, de chofre, pelo representante do Poder estatal, a frase é a própria materiazação da impotência. Nenhum governador do Rio chega despreparado à maior festa popular do calendário do Estado por acaso. Há método no despreparo de Pezão.

Hoje, a oligarquia político-empresarial a que pertence o governador se divide em três subgrupos. Há os que estão presos e os que já receberam habeas corpus do Gilmar Mendes. E há os que, como Pezão, continuam protegidos sob a marquise das imunidades do cargo. Nesse cenário, o Rio tornou-se tão imprevisível que é tristemente previsível que não haverá um planejamento adequado para coisa nenhuma. Conseguiram carnavalizar até o Carnaval.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.