Temer é matéria-prima para novo diretor da PF
"A Lava Jato continua forte", fez questão de declarar o delegado Rogério Galloro ao assumir a direção-geral da Polícia Federal. Ele se preocupou em mencionar também a equipe que se ocupa dos inquéritos estrelados por políticos. "Continua íntegra", disse. Horas depois, o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, empurrou Michel Temer para dentro do inquérito sobre a propina de R$ 10 milhões que a Odebrecht diz ter repassado ao PMDB.
Afora as duas denúncias criminais congeladas pela Câmara, Temer já acumula dois inquéritos –este da Odebrecht e aquele sobre a suspeita de troca de propinas por favorecimento a empresas portuárias. Galloro, o novo mandachuva da PF, recordou em discurso o "compromisso" do ministro Raul Jungmann (Segurança) de "reforçar" a equipe que fareja criminosos com mandato.
Espantosa época a atual. Como presidente, Temer é superior hierárquico de Galloro. Como investigado, Temer é matéria-prima para que o delegado demonstre a independência da PF. Aos pouquinhos, o governo vai virando uma versão estilizada do poema "Quadrilha", de Drumonnd.
Temer nomeou Jungmann, que trocou Fernando Segovia por Gallorro, que ama a Lava Jato, que belisca o calcanhar de Temer, que dá de ombros para o brasileiro, que suprimiu dos seus hábitos o ponto de exclamação. Eis o mais trágico: o brasileiro se surpreende cada vez menos.
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