Troco extratos do Temer pelos do coronel Lima
Na noite de segunda-feira, ao saber que o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, mandara quebrar o sigilo de suas contas bancárias, Michel Temer reagiu com destemor. Mandou dizer que ele próprio entregaria os extratos à imprensa. Antes que os jornalistas pudessem apalpar os dados de Temer, auxiliares do presidente já o aconselham a moderar sua coragem. Ah, a coragem! Estranha qualidade que costuma fugir justamente nos momentos de maior apavoramento.
Informou-se que Temer requisitaria as informações de suas contas correntes ao Banco Central. O BC, obviamente, não armazena dados de correntistas. Em casos de quebra judicial de sigilo, o órgão é acionado apenas para avisar aos bancos que devem providenciar as informações. Temer dispõe de dois caminhos mais simples: pode copiar os extratos na internet ou pedir aos gerentes de suas agências.
Nas palavras do advogado de Temer, Antonio Mariz, "está havendo uma verdadeira devassa na vida do presidente da República." Ele pergunta: "Por que está se fazendo isso com Michel Temer?" Cabe mesmo perguntar: Por quê? De minha parte, aguardo com alguma ansiedade os dados bancários de Temer. Mas receio que eles sejam menos elucidativos do que os extratos dos amigos do presidente. Gente como o coronel aposentado João Baptista Lima.
Conhecido como um faz-tudo de Temer, o coronel Lima não se dispôs a abrir os seus extratos à imprensa. Seu sigilo também foi quebrado judicialmente. Diz-se que Temer está irritado. Estranho! Deveria estar felicíssimo com a perspectiva de receber um atestado de honestidade com o carimbo do Supremo Tribunal Federal.
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