Topo

Josias de Souza

‘Caso será acompanhado por mim’, diz Jungmann sobre vereadora assassinada

Josias de Souza

15/03/2018 02h09

"Esse caso será acompanhado pessoalmente por mim", disse o ministro Raul Jungmann (Segurança Pública) sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL. Ela foi morta a tiros, na noite passada, no centro do Rio de Janeiro. O motorista que a acompanhava, Anderson Pedro Gomes, também foi morto. Em conversa com o blog, já na madrugada desta quinta-feira (15), Jungmann disse como pretende tratar o crime: "Considero como um caso da minha jurisdição".

O ministro relatou as primeiras providências que adotou: "Telefonei para o doutor Rogério Galloro, diretor-geral da Polícia Federal. Avisei a ele que colocaria a PF à disposição para atuar no caso. Em seguida, liguei para o general Braga Neto [chefe da intervenção federal na segurança pública do Rio]. Disse a ele que pode acionar a Polícia Federal a qualquer tempo. O general me disse que a Polícia Civil já cuidava da investigação. Avaliaremos a situação."

Jungmann contou que telefonou também para o amigo Chico Alencar, deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro. "Prestei minha solidariedade, relatei as providências que estavam em andamento e disse que acompanharia pessoalmente o caso." Nesta quinta-feira, Jungmann estará em Fortaleza. "O Ceará vive uma situação similar à do Rio", afirmou. "Estamos implantando lá um centro integrado de inteligência. Mas permanecerei em contato com o Rio."

O blog apurou que as autoridades de segurança do Rio trabalham com a hipótese de que a vereadora tenha sido executada. Indagado, Jungmann preferiu não fazer comentários. Disse que o caso é tão sério que é melhor "não se antecipar ao resultado das investigações."

Os tiros foram disparados contra o carro em que se encontrava Marielle na Rua Joaquim Palhares, região central do Rio, perto da prefeitura da cidade. A vereadora era socióloga, humanista, respeitada por sua militância em defesa das comunidades cariocas. Fazia restrições à intervenção na segurança do Rio. Criticava com acidez as ações policiais que considerava abusivas ou criminosas.

Na véspera do seu fuzilamento, Marielle havia postado no Twitter: "Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?"

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.