Caso dos portos altera as prioridades de Temer
O avanço das investigações sobre os negócios de Michel Temer e seu grupo no setor de portos produzirá uma nova reviravolta no planejamento estratégico do governo. Num instante em que o presidente se esforçava para virar a página policial, fazendo pose de candidato à reeleição, o STF, a Procuradoria e a Polícia Federal informam que, em matéria criminal, a página do histórico de Temer sempre vira para trás. Às voltas com o risco de enfrentar uma terceira denúncia por corrupção, Temer se deu conta de que terá de priorizar o balcão em vez da vitrine.
Vai começar tudo de novo. Temer voltará a testar os limites da paciência do brasileiro, ressuscitando a tese segundo a qual as realizações do seu governo perdoam todos os seus meios. Foi exatamente a tolerância com esse tipo de teroria —apelidada noutros tempos de 'rouba, mas faz'— que conduziu o Brasil à Lava Jato.
No momento, o Planalto se equipa para reativar o sistema de conveniências e cumplicidades que unem o Executivo e o Legisaltivo. Nos próximos dias, será feito um orçamento do preço do sepultamento no plenário da Câmara de uma eventual terceira denúncia. Mas Temer agora quer algo mais além do mero enterro de uma denúncia. Ele prerrogativa qualquer que impeça a exumação dos cadáveres na primeira instância do Judiciário quando descer a rampa do Planalto, em 1º de janeiro de 2019. O céu é o limite para a imaginação de certas autoridades de Brasília.
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