Debate sobre prisão virou um balé de elefantes
O debate sobre a prisão de condenados na segunda instância virou um balé de elefantes. A questão parecia simples. O Supremo tinha uma jurisprudência. Que foi reafirmada no julgamento que negou um habeas corpus a Lula. O Partido Ecológico Nacional (PEN), uma legenda inexpressiva, entrou em cena. Autora hipotética de uma ação contra as prisões, a formiguinha do espectro partidário tentou abrir as celas por meio de uma liminar. A petição seria levada ao plenário do Supremo nesta quarta-feira pelo ministro Marco Aurélio Mello.
Súbito, o PEN irrompe em cena para informar que Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, o advogado que encabeça o rol de subscritores da liminar, não mais o representa. A formiguinha destituiu o doutor, defensor de vários réus na Lava Jato. A legenda informa: além de desistir da liminar, deseja retirar de circulação a própria ação que questiona as prisões na segunda instância.
"O povo está pedindo, não podemos favorecer o Lula", disse o presidente do partido, Adilson Barroso, às voltas com os seus 15 segundos de fama. "O nosso partido é de direita. Como não tenho o dom da futurologia, não sabia que essa ação serviria para beneficiar o PT." O advogado Kakay sustenta que, nesse tipo de ação, o autor não tem a opção de desistir.
No momento, graças à movimentação da formiguinha, o balé de elefantes foi congelado no seguinte estágio: um ministro do Supremo cogita submeter aos colegas um pedido de liminar anexado a uma ação que pode destrancar as celas. A ação interessa a muita gente, sobretudo a Lula e aos outros corruptos com sentença de segunda instância. Mas não interessa ao PEN, o suposto autor da ação. Tudo isso quatro dias depois do encarceramento de Lula.
Moral da história: quando a esperteza é grande demais, a formiguinha engole o elefante.
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