Nota de Temer sobre viagem expõe fragilidade
Michel Temer tem o hábito de superestimar seus êxitos e subestimar seus fiascos. Mas fica difícil manter esse tipo de exercício retórico quando o próprio presidente admite, em nota oficial, que enfrenta dificuldades numa área que se considerava imbatível: a articulação com o Poder Legislativo. Temer alegou que teve de aviar uma viagem à Ásia por receio de que, na sua ausência, o Congresso deixasse de votar um projeto que o Planalto considera vital. Sinal dos tempos.
O presidente se irritou com as notícias que atribuíram o adiamento da viagem ao exterior ao inquérito que apura se houve corrupção no sertor de portos. A pretexto de desqualificar o noticiário, Temer alegou que, se viajasse, os presidentes da Câmara e do Senado também teriam de se ausentar do país, porque, como candidatos, estão proibidos de assumir a Presidência. E isso tumultuaria as votações no Congresso.
Nessa versão, o que prendeu Temer no Brasil, disse o Planalto, foi a necessidade de aprovar o projeto que remaneja dinheiro do seguro-desemprego para cobrir um calote que Venezuela e Moçambique deram no BNDES. É conversa fiada.
A verdade é que, desde que salvou Temer de duas denúncias criminais, o Congresso preocupa-se com a própria sobrevivência, não com o presidente. Em ritmo eleitoral, os congressistas sonegam apoio a tudo o que Temer considera prioritário, a começar pela proposta de privatização da Eletrobras.
Num ambiente assim, pouco importa se Temer está na China ou no Brasil. Sua festejada habilidade política virou uma insignificância.
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