Embate presidencial começa raso e desconexo
Sob desinteresse generalizado, o embate entre os candidatos à Presidência começa aos trancos. Nesta quarta-feira, Henrique Meirelles alfinetou Geraldo Alckmin, que alvejou o líder momentâneo das pesquisas Jair Bolsonaro, que evitou olhar para baixo.
Meirelles reuniu-se com a bancada do MDB no Senado. Sem mencionar o nome de Alckmin, ele apontou para o calcanhar de vidro do rival tucano, mencionado na delação da Odebrecht como beneficiário de repasses de R$ 10,3 milhões.
Como que interessado em se apresentar como uma alternativa mais limpinha, o ex-ministro da Fazenda de Michel Temer disse possuir uma "reputação que não é objeto de questionamento".
Meirelles afirmou isso horas depois de o ministro Edson Fachin, do Supremo, ter determinado a abertura de inquérito sobre propinas da JBS para a caciquia do MDB no Senado. Coisa de mais de R$ 40 milhões.
Instado a comentar a novidade, Meirelles, recém-filiado ao MDB, deu uma resposta rasa e moralmente desconexa: "Todos os partidos têm problemas." Alguém poderia ter perguntado: "Acha que Michel Temer, com duas denúncias e dois inquéitos, é parte do problema do MDB?"
Alckmin trocou farpas com Bolsonaro numa feira de pequenos produtores rurais do Distrito Federal. Bolsonaro disse que, eleito, vai armar os agricultores. "O produtor rural vai ter um fuzil em sua propriedade", declarou, como se um presidente pudesse criar o programa Bolsa Fuzil.
O candidato tucano chegou posteriormente. E declarou que prefere "distribuir trator". Hã? "O que o produtor rural precisa é produzir. Para isso, não precisa de fuzis, mas de tratores", emendou, abstendo-se de esclarecer quer trator grátis é coisa que não existe.
Nesse ritmo, os presidenciáveis oferecerão aos eleitores um debate tão profundo quanto uma poça que pode ser atravessada por uma formiga —com água na altura das canelas.
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