Após Bolsonaro e Marina, Exército ouve Alckmin
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, reuniu-se nesta segunda-feira com o presidenciável tucano Geraldo Alckmin. Foi o terceiro candidato ao Planalto a ser recepcionado pelo general, que já havia conversado com Jair Bolsonaro e Marina Silva. Nos encontros, Villas Bôas repassa as apreensões dos militares em relação a três temas: a política de defesa, a crise na segurança pública e a penúria orçamentária das Forças Armadas.
A desenvoltura com que o comandante do Exército recebe os presidenciáveis contrasta com a dificuldade de Michel Temer de interferir na própria sucessão. Num instante em que até Henrique Meirelles, suposto candidato do MDB, toma distância de Temer, Villas Bôas aproxima-se inclusive de políticos que se opõem ao presidente da República, supostamente o comandante constitucional das Forças Armadas.
Os convites de Villas Bôas pareciam seguir a ordem das pesquisas. O Exército excluiu o preso Lula, cuja candidatura não existe fora dos planos do PT. Depois de Bolsonaro e Marina, ocupantes das duas primeiras colocações no ranking do Datafolha, imaginou-se que o general receberia Ciro Gomes, que está numericamente à frente de Alckmin na pesquisa.
A inversão da ordem deve ter ocorrido por algum contratempo de agenda. O general decerto não deixará de recepcionar no 'Forte Apache' o candidato do PDT. Ciro chama Temer de "escroque" e anuncia que, eleito, extirpará o MDB. Alega que o partido de Temer "só existe para roubar". Mas isso é mero detalhe.
Bolsonaro já disse coisa parecida. Quando o Planalto decretou a intervenção no setor de segurança do Rio de Janeiro, o ex-capitão subiu no caixote: "Temer você já roubou de tudo nesse país, mas ao vai roubar o meu discurso." A frase é pesada. Nem por isso o Exército excluiu o autor do ciclo de encontros que promove com os presidenciáveis. Villas Bôas parece mais interessado no futuro da tropa do que no passado penal que faz de Temer um presidente em litígio com a ética.
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