Intervenção na segurança do Rio virou um fiasco
Em fevereiro, quando seu governo derretia, Michel Temer tirou da cartola a intervenção na segurança do Rio. Disse que derrotaria o crime organizado e as quadrilhas. Passados quatro meses, com o governo já em estado líquido, aquilo que Temer chamava de "jogada de mestre" revelou-se um tiro no pé. Comunidades pobres do Rio continuam sob fogo cruzado. Acaba de descer à cova o corpo do menino Marcos Vinícius, 14 anos, morto a caminho da escola, numa operação policial. E a morte da vereadora Marielle Franco completa cem dias como um símbolo da ineficiência do Estado diante do crime.
O mesmo Temer que falou grosso contra os bandidos do asfalto lidera o MDB, partido que mantém nos seus quadros a bandidagem que saqueou o Rio a partir dos gabinetes refrigerados. Gente como o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o mandachuva da Assembléia Legislativa fluminense Jorge Picciani. Essa quadrilha de estimação recebe de Temer a homenagem do silêncio.
Ninguém disse ainda com todas as letras, talvez por pena. Mas a intervenção federal no Rio já evoluiu da condição de hipocrisia eleitoreira para o estágio do fiasco. Os efeitos temporários do cinismo foram substituídos pelo império da lógica. Esgotada a fase do espalhafato, resta a evidência de que segurança pública não é boa matéria prima para passes de mágica. O único efeito prático da esperteza foi a transferência da batata quente da violência do Rio para o colo de Temer. É isso que acontece quando um presidente adota a marquetagem como método de governo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.