Acusação da JBS contra Temer hiberna há 1 ano
O ministro Edson Fachin, do Supremo, decidiu ressuscitar a delação da JBS. Produziu um despacho de 62 páginas. Em meio a inúmeras providências, ordenou a abertura no sistema eletrônico da Corte de um procedimento autônomo sobre a propina de R$ 1 milhão que executivos da JBS dizem ter repassado a Michel Temer por intermédio do coronel João Baptista Lima. A delação fez aniversário de um ano no mês passado. Descobre-se agora que a apuração do repasse feito ao operador do presidente da Rerpública não saiu do lugar. Hibernava na gaveta.
Fachin determinou à procuradora-geral da República Raquel Dodge que informe o que pretende fazer com o pedaço da delação que trata do mimo da JBS ao presidente. A indagação do ministro é constrangedora. Revela que nada foi apurado desde maio de 2017, quando a delação foi formalizada. Já se discute até a revogação do acordo de colaboração. E só agora, quando se prepara para submeter a validade do acordo ao plenário do Supremo, Fachin pede esclarecimentos à Procuradoria sobre o jabaculê milionário.
Chama-se Florisvaldo Caetano de Oliveira o executivo da JBS que disse ter levado o dinheiro ao coronel Lima. Estava acompanhado de Demilton Antonio de Castro, também delator. A dupla dirigiu-se ao local indicado por um terceiro delator, Ricardo Saud. No local indicado, encontraram o coronel Lima. Ao depor Saud enfatizou que a cifra de R$ 1 milhão destinava-se a Temer.
Saud é aquele personagem que entregou a mala com propina de R$ 500 mil a outro preposto de Temer, o ex-deputado e ex-assessor do Planalto Rodrigo Rocha Loures. A diferença é que a entrega da mala foi filmada. O repasse de R$ 1 milhão, materializado por enquanto apenas no gogó dos delatores, reclama investigações complementares. E a manifestação de Fachin indica que elas não foram feitas.
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