Bolsonaro piora 100% das polêmicas que fabrica
Nada se salva nas declarações de Bolsonaro. Se deseja um tribunal cristão, deveria candidatar-se a papa, não a presidente de um país laico. Se acha que o Supremo é um empreendimento petista, deveria ter precebido que o projeto foi à breca, pois nem todos os indicados retribuíram a indicação com a toga.
Oito dos 11 ministros do Supremo foram indicados por Lula e Dilma. Era assim no mensalão. E a cúpula do PT, foi enviada para a Papuda. É assim agora. E Lula, convertido no condenado mais ilustre do petrolão, foi parar numa cela especial da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, com o aval do Supremo.
É verdade que alguns ministros pegam em lanças para reverter no STF a regra que permitiu a prisão de condenados na segunda instância. Mas quem puxa o cordão é Gilmar Mendes, indicado para o Supremo não por um presidente petista, mas pelo grão-mestre do tucanado Fernando Henrique Cardoso. Também favorável à ideia, Marco Aurélio Mello deve sua indicação a Fernando Collor. Outro crítico da prisão no segundo grau é Celso de Mello, alçado ao Supremo por José Sarney.
De resto, ao alardear a intenção de usar seus hipotéticos poderes presidenciais para produzir um Supremo à sua imagem e semelhança, Bolsonaro revela-se um político precário e um militar inepto. É precário porque expõe na vitrine seus pendores autocráticos. É inepto porque não consegue identificar o instante exato em que a deposição das armas é a única maneira de evitar que um comentário racista se transforme numa polêmica devastadora junto ao eleitorado negro.
Bolsonaro revela-se um candidato autoimune. Atingido por suas próprias defesas imunitárias, ele mesmo cria as crises, ele mesmo as amplifica. O capitão consegue piorar 100% das polêmicas que fabrica.
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