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Josias de Souza

PF remexe cinzas do circo que eleitor incendiou

Josias de Souza

09/11/2018 15h30

As encrencas parecem diferentes —uma federal, outra estadual. Mas ambas são decorrências da Lava Jato, cinzas de um mesmo incêndio. Ao transformar voto em chamas, o eleitor de 2018 quis deixar claro que já não tem vocação para palhaço. As labaredas consumiram justamente parte do elenco que reagia à operação anticorrupção com malabarismo verbal, trapezismo ideológico e ilusionismo.

Será necessário esperar pelo início do governo de Jair Bolsonaro e pela posse do "novo" Congresso para saber como se comportarão sob a lona os sobreviventes e os personagens que foram colocados no lugar dos carbonizados. Mas quem tiver dois neurônios perceberá que as duas grandes novidades do cenário político são as seguintes: 1) Roubar tornou-se um verbo arriscado, pois hoje há delatores que iluminam o caminho da verba; 2) A impunidade eterna deixou de existir, pois o eleitor reaprendeu a utilizar o palito de fósforo.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.