Lula acreditava que seria libertado após eleição
Lula imaginou que ganharia a liberdade depois da eleição. Foi o que disse ao teólogo e filósofo Leonardo Boff, que o visitou na cadeia nesta segunda-feira. Acha que continua preso porque virou "um troféu para sustentar as mentiras" da Lava Jato.
Tudo mudou no Brasil, menos a retórica de Lula. Segundo Boff, o presidiário petista continua "desafiando" Sergio Moro a apresentar uma prova capaz de incriminá-lo no caso do tríplex.
Em suas últimas entrevistas, Moro tachou a tese da perseguição política de "álibi falso" do petismo. Disse que Lula está preso porque "cometeu crime". Sua sentença sobre o tríplex foi confirmada e ampliada pelo TRF-4.
Enquanto Lula vira a página do seu drama penal para trás, Moro prepara sua mudança da Lava Jato para a Esplanada dos Ministérios. Deixou o "troféu" aos cuidados da jovem juíza substituta da 13ª Vara de Curitiba, Gabriela Hardt, 44 anos.
A doutora deve interrogar Lula nesta quarta-feira (14). Manuseia agora o processo sobre o sítio de Atibaia. Embora as evidências sejam mais caudalosas do que as que resultaram na primeira condenação, Lula repetiu para Boff que não tem nada a ver com o sítio.
De resto, o líder máximo do PT disse ao visitante que os partidos, entre eles o seu, estão diante de um desafio: reformular a maneira de fazer política, ajustando-se à era das redes sociais.
Lula declarou-se "indignado" com a quantidade notícias falsas difundidas durante a campanha. Citou também, segundo Boff, a "máquina montada pelas igrejas" para influir na eleição.
Noutros tempos, quando o PT prevalecia na internet e seus rivais o acusavam de espalhar a falsa notícia sobre o fim do Bolsa Família, Lula dava de ombros. Na época em que Edir Macedo encostava sua igreja Universal nos governos do PT, Lula também não via problemas.
Hoje, Lula avalia que a onda que inunda as redes sociais de notícias falsas e a politização das igrejas pró-Bolsonaro "comprometem a própria democracia."
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