Por Onyx, Jair Bolsonaro adota um redutor ético
Jair Bolsonaro aplicou um redutor no discurso anticorrupção que havia entoado na campanha eleitoral. Ao comentar a notícia sobre investigação que vincula seu chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com uma nova suspeita de caixa dois, Bolsonaro declarou: "É muito difícil hoje em dia você pegar alguém que não tenha alguns problemas, por menores que sejam. Os menores, logicamente, nós vamos ter que absorver. Se o problema ficar vultoso, você tem que tomar uma providência".
Onyx já havia admitido, no ano passado, o recebimento de R$ 100 mil no caixa dois na campanha de 2014. Documentos exibidos pela Folha de S.Paulo revelam que delatores da JBS acusaram o ministro de Bolsonaro de apanhar por baixo da mesa outro repasse ilícito de R$ 100 mil em 2012. Onyx chamou o noticiário de "requentado". Atribuiu a novidade a um hipotético "terceiro turno" da disputa presidencial. Ele atacou o jornal, insinuando que tem um viés petista.
É sintomático que tudo isso tenha acontecido no memo dia em que Lula, preso em Curitiba, prestou depoimento no processo sobre o sítio de Atibaia. Ele teve de ser ouvido por uma juíza substituta, Gabriela Hardt, porque o titular, Sergio Moro, trocou a Lava Jato pela perspectiva de levar o combate à corrupção para uma esfera federal, no Ministério da Justiça do governo Bolsonaro.
Onyx pode ser a mais imaculada das criaturas. Mas há um procedimento aberto contra o futuro ministro na Procuradoria da República. E não será com lero-lero ou ataques à imprensa que o ministro irá se explicar. A integridade é como a gravidez. Nenhuma mulher pode estar um pouquinho grávida, assim como não pode haver um político um pouco honesto. Ou Bolsonaro entende que não é hora de fixar gradações para a honestidade ou desmoralizará rapidamente o esforço anticorrupção que Sergio Moro promete implementar.
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