Bolsonaro agora terá de provar que há um presidente por trás da faixa
Se dependesse das boas intenções contidas nos discursos de campanha e de posse, o Brasil estaria no paraíso. O grande problema é que a realidade costuma estragar as coisas. Jair Bolsonaro, agora já devidamente empossado, viverá uma experiência delicada: a difícil passagem da intenção para o fato. Bolsonaro chegou ao trono como representante do movimento antissistema. Agora, para governar, Bolsonaro terá de lidar com o sistema.
Da boca pra fora, a administração de Bolsonaro será feita, basicamente, de probidade, prosperidade e segurança. Do governo pra dentro, Bolsonaro passa a ser assediado por vocábulos que começam com a letra 'c'. Primeiro virá a cobrança. Atendidas as expectativas, a consequência será a consolidação do otimismo captado pelas pesquisas. Do contrário, será deflagrado um processo de corrosão da legitimidade do presidente.
Do ponto de vista econômico, a aura de Bolsonaro já tem dono: o liberalismo do economista Paulo Guedes. Do ponto de vista político, seu governo se escora no prestígio social dos militares e do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro. Para que a cobrança social resulte em consolidação, não em corrosão, será imperioso aprovar reformas que Guedes e Moro enviarão ao Congresso.
Providências como a liberação da posse de armas por decreto só dependem da caneta presidencial. Mas a aprovação de reformas como a da Previdência e da legislação contra a corrupção e o crime organizado exigirá de Bolsonaro mais do que o manuseio de sua Bic. Deputado por 28 anos, Bolsonaro especializou-se na Câmara em virar a mesa. Agora, terá sentar-se à mesa. Até aqui, fez pose de vitorioso. Agora, terá de provar que há um presidente por trás da faixa.
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