Governo ainda não dispõe de votos para reformas
O governo de Jair Bolsonaro convive com um paradoxo na largada: sua ambição reformista é bem maior do que a sua base congressual. Nas cerimônias de transmissão de cargos dos ministros que saem para os que chegam, os dois principais ministros do capitão –Paulo Guedes, da Economia, e Sergio Moro, da Justiça— expuseram planos ambiciosos. E a ambição de ambos contrasta com a miserabilidade da articulação legislativa do Planalto.
Para aprovar emendas à Constituição, como a que trata da reforma da Previdência ou da prisão de condenados em segunda instância, o governo de Bolsonaro precisa colecionar pelo menos 308 dos 513 votos disponíveis na Câmara e 49 dos 81 existentes no Senado. No momento, o capitão não dispõe dessa infantaria no Legislativo.
Numa conta redonda, os operadores políticos de Bolsonaro estimam que o Planalto dispõe dos votos de 250 deputados e 40 senadores. Para atingir o quórum mágico, faltariam pelo menos mais 58 votos na Câmara e nove no Senado. E essas estatísticas são otimistas. A quiromancia oficial tem dificuldades para ler as mãos dos novos parlamentares que chegarão ao Congresso apenas em fevereiro.
A novidade nessa matéria é que a ficha do governo começou a cair. O PSL fechou um acordo com Rodrigo Maia. Em troca do comando de comissões importantes, o partido de Bolsonaro apoiará a reeleição de Maia, favorito na briga pela Presidência da Câmara. O acerto tem cheiro de rendição. Depois de fazer declarações públicas de desapreço por Maia, a dinastia Bolsonaro —o pai e os filhos— começa aprender uma lição: em política, você não deve estar tão próximo que amanhã não possa estar distante, nem tão distante que amanhã não possa se aproximar. Quem ensina é o mestre Ulysses Guimarães.
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