Caso Coaf tornará primeira-dama alvo do Fisco
A Receita Federal está prestes a transformar a conta bancária da primeira-dama Michelle Bolsonaro em matéria-prima de uma averiguação fiscal. A mulher de Jair Bolsonaro será convertida em alvo da curiosidade do Fisco graças a um procedimento aberto na quarta-feira (23). Destina-se a esquadrinhar a movimentação bancária suspeita de 27 deputados estaduais e 75 assessores da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Entre eles Flávio Bolsonaro, agora um senador eleito, e seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Amigo da família Bolsonaro, o ex-PM Fabrício Queiroz atuava como um 'faz-tudo' do filho mais velho do presidente da República. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, apontou movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão numa conta bancária atribuída a Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Afora os depósitos feitos na conta por outros assessores de Flávio Bolsonaro e o grande número de saques em dinheiro vivo, farejaram-se cheques radioativos. No rol de favorecidos, anotou o Coaf, está "a ex-secretária parlamentar e atual esposa de pessoa com foro por prerrogativa de função: Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro." Atual mulher de Jair Bolsonaro, Michelle recebeu R$ 24 mil.
Um auditor familiarizado com o procedimento de averiguação fiscal explicou ao blog que, embora não seja o "alvo primário" da apuração, Michelle Bolsonaro "será alcançada como consequência natural da averiguação a ser realizada na conta de Fabrício Queiroz."
Por essa mesma linha de raciocínio, o Fisco pode cobrar explicações do próprio presidente da República, pois Bolsonaro atribuiu o depósito em favor de sua mulher a parte do pagamento de um suposto empréstimo de R$ 40 mil que teria feito ao "amigo" Queiroz. A operação não foi registrada no Imposto de Renda de Bolsonaro. Não há vestígio de contrato ou de promissória. Tampouco foi informado como Bolsonaro realizou o hipotético repasse de R$ 40 mil ao ex-assessor do seu filho.
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