Flávio Bolsonaro enferruja discurso ético do pai
Flávio Bolsonaro vive uma crise. A crise já era grave quando se restringia ao caso Coaf. Agravou-se um pouco mais com a descoberta de que o filho mais velho do presidente da República tem apreço por milicianos. Quando se imaginava que era tudo, surge algo mais: o primogênito é alvo de inquérito criminal por suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O processo envolve "negociações relâmpago de imóveis", com "aumento exponencial" do patrimônio.
Com tudo isso e o que está por vir, Flávio Bolsonaro ajuda a compor um quadro que faz com que o governo do seu pai perca a aura de diferente. A ideia de um governo ético, limpinho e moralmente arejado foi para as cucuias. A nova administração mal levantou voo e já sofre, no campo dos costumes, os efeitos de um fenômeno que em linguagem aeronáutica seria chamado de cansaço de materiais. O discurso é atacado pela ferrugem que compromete a prática.
Jair Bolsonaro sabe muito bem o que acontece com políticos e partidos que não conseguem lidar com a realidade que emergiu depois da Lava Jato. O capitão chegou à Presidência sapateando sobre os escombros do PT, PSDB e PMDB. Migrou do baixo clero para o Planalto usando a prisão de Lula como trampolim. Num cenário assim, o pior equívoco que a família Bolsonaro pode cometer é imaginar que há espaço no Brasil para políticos invulneráveis. Não há.
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