Gilmar X Receita, essa briga pede a luz do Sol
Instalou-se no dorso da orelha da República uma pulga radioativa. Ela surgiu de uma queda de braço entre a Receita Federal e o ministro do Supremo Gilmar Mendes. Notícia da Veja informa que o Fisco abriu procedimento para perscrutar 'focos de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência' de Gilmar e sua mulher, a advogada Guiomar Mendes.
O magistrado acusa os agentes do fisco de "abuso de poder". E parte para o ataque: "Causa enorme estranhamento e merece ponto de repúdio o abuso de poder por agentes públicos para fins escusos, concretizado por meio de uma estratégia deliberada de ataque reputacional a alvos pré-determinados"
Acionado por Gilmar, o colega Dias Toffoli, presidente da Suprema Corte, enviou rapidamente ofícios à procuradora-geral da República, Raquel Dodge; ao ministro da Economia, Paulo Guedes; e ao Secretário da Receita, Marcos Cintra. Solicitou a todos a "devida apuração e adoção das providências cabíveis".
Diante de acontecimentos tão incômodos, a pulga que se instalou atrás da orelha da República faz a si mesma uma pergunta que interessa a todos os brasileiros que votaram em Jair Bolsonaro sonhando com a restauração dos costumes e que enxergam no Supremo um oásis de moralidade em meio à devassidão.
Eis a interrogação que atormenta a pulga: o governo do capitão transformou a Receita Federal num paiol que estoca "ataques reputacionais" ou a instância suprema do Judiciário brasileiro convive com 'focos de corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio"? A resposta, seja qual for, conduz a um quadro que nenhum contribuinte em dia com os seus tributos pode aceitar.
Por sorte, Gilmar Mendes dispõe de uma vacina capaz de imunizá-lo contra a bisbilhotice sem causa da Receita. Trata-se de um remédio sem contraindicação: Luz do Sol.
Funciona assim: o ministro requisita cópia dos autos da investigação fiscal, esquadrinha as malandragens dos auditores, convoca os refletores e joga no ventilador todas as evidências irrefutáveis de "abuso de poder". É mais rápido e menos tóxico do que um ofício de Dias Toffoli requisitando a "devida apuração". Apuração de quê? A reputação do ministro, por ilibada, não merece a dúvida de uma pulga.
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