Cabral dispara a esmo, mas não atira para cima
Sérgio Cabral entrou em nova fase. Primeiro, dizia ser inocente. Desmascarado, passou a apresentar-se como injustiçado. O estouro de suas arcas levou-o ao estágio da admissão do "caixa dois". Sentenciado a 200 anos de cana, decidiu encarnar sua versão 4.0. Nela, o larápio de mostruário ataca de malandro carioca. Quis emplacar uma delação tardia. Não colou. Então, declara-se viciado em propina e dispara balas perdidas a esmo. No afã de cavar uma redução de pena, virou um atirador sui generis. Só atira para baixo. Não há alvos federais na sua alça de mira.
Em dois mandatos como governador, Cabral despertou o ciúme dos colegas por conta do relacionamento que cultivou com Lula e Dilma Rousseff. Nenhum outro gestor estadual recebeu tanta verba federal na Era petista. Mas a lama de Cabral, como a chuva, não escorre para o alto. Mágica como essa exigiria um estímulo adicional. A oferta de um acordo de delação, por exemplo.
Enquanto aguarda até que um procurador morda a sua isca, o larápio chuta portas já arrombadas e capricha na retórica. "Esse foi meu erro, apego a poder, dinheiro… É um vício", disse ao juiz Marcelo Bretas. Nos lábios de Cabral, até o vício perde o encanto, de tão ensaiado. No seu caso, o melhor a fazer é assegurar que mofe na cadeia. Preso, talvez fique viciado em virtude.
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