Brasil agora tem um chanceler de quarto escalão
A passagem de Jair Bolsonaro por Washington foi marcada por peculiaridades. Uma delas foi a reclassificação funcional do chanceler Ernesto Araújo. Já se sabia que Ernesto era um ministro das Relações Exteriores atípico. Era de conhecimento geral que ele não responde apenas às ordens do presidente da República. Segue também a orientação do polemista Olavo de Carvalho, seu padrinho e ideólogo.
Pois bem. Descobriu-se em Washington que Ernesto Araújo não é o sub-ministro que todos imaginavam. Na verdade, ele é o sub, do sub do sub. Além do autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho e de Jair Bolsonaro, está acima dele o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Embora Araújo estivesse presente na Casa Branca, foi o filho 'Zero Três' do presidente da República quem fez as vezes de chanceler.
Foi Eduardo e não Ernesto quem acompanhou Jair Bolsonaro no encontro com o presidente americano Donald Trump. Não podendo elevar a estatura do seu chanceler, o presidente brasileiro rebaixou o teto do Itamaraty, levando o filho a tiracolo para a conversa com o anfitrião. Se tivesse amor próprio, Ernesto talvez pedisse para sair. Mas o ministro parece habituado à condição de inferioridade.
Recém-eleito presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro já vinha atuando como uma espécie de chanceler do B. Depois dos elogios públicos que recebeu de Donald Trump nos jardins da Casa Branca, é possível que o deputado assuma de vez a condição de responsável pelo Itamaraty. Com isso, Ernesto Araújo desce à crônica da diplomacia brasileira como o primeiro chanceler de quarto escalão da história republicana.
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