Chefe do Fisco critica Maia e incita sociedade a pressionar parlamentares
O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, entrou na briga que eletrifica as relações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com o governo. Ele não gostou da declaração de Maia segundo a qual a gestão de Jair Bolsonaro é "um deserto de ideias". Cintra retrucou no Twitter: "…Não aceito esta imputação. O Ministério da Economia, sob Paulo Guedes, tem sido um turbilhão renovador no país. Que me desculpe o amigo Rodrigo Maia, mas ficar calado significa aceitar esta injusta afirmação."
Na contramão de Paulo Guedes, que tenta borrifar água fria na fervura política que ameaça a reforma previdenciária, Cintra jogou lenha no fogo, instilando o eleitorado a pressionar os congressistas. O comandante do Fisco anotou: "Já que os deputados acham que seus pedidos não estão sendo atendidos e não se mostram dispostos a apoiar a nova previdência, que a sociedade se articule para cobrar de seus representantes as razões que justificam eles sacrificarem o país e fazerem o povo pagar a conta."
Curiosamente, na mesma entrevista em que tratou o governo como um saara intelectual, Rodrigo Maia abriu uma exceção. Referiu-se à pasta da Economia como um oásis. "As pessoas precisam da reforma da Previdência e, também, que o governo volte a funcionar", disse o deputado. "Nós temos uma ilha de governo com o Paulo Guedes. Tirando ali, você tem pouca coisa."
Alheio à ressalva de Maia, Cintra realçou em outro post as consequências deletérias que o ringue instalado nas redes sociais exerce sobre o mercado: "A brutal queda na Bolsa ontem de quase 6% mostra que a economia e o povo não suportarão o fracasso nas reformas estruturais como a previdenciária e tributária. Os políticos patriotas devem se unir, superar brigas pessoais e trabalhar pelo Brasil. O povo não vai tolerar fracassos."
Outro auxiliar de Paulo Guedes, o secretário especial de Previdência Rogério Marinho, também se manifestou no Twitter. Sem mencionar Maia, escreveu: "A nova previdência não é pauta apenas do governo, é pauta do país e como tal precisa ser encarada. O Parlamento brasileiro mais uma vez fará sua parte para retomarmos o crescimento e devolvermos o Brasil para os seu legítimo dono: o povo."
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