Bolsonaro demite Vélez e oferece mais do mesmo
Um dia depois da divulgação da pesquisa do Datafolha que atribuiu a Jair Bolsonaro a pior avaliação de um presidente em início de mandato desde a redemocratização, em 1985, o capitão começou a se mexer. Mandou para o olho da rua o ministro Ricardo Vélez, da Educação. Vélez revelou-se uma experiência trágica. Desgovernou uma das pastas mais estratégicas do governo durante três meses.
Vélez era desconhecido antes de Bolsonaro achar que ele poderia ser um fabuloso ministro da Educação. Volta para casa sem que se saiba quais são suas ideias para o setor educacional. Mas todos aprenderam duas coisas sobre Vélez: 1) Trata-se de um súdito do polemista Olavo de Carvalho. 2) Enxerga o "marxismo cultural" como o grande inimigo da educação no Brasil.
Pois bem. Ninguém conhece ainda com clareza os planos que o novo ministro, o economista e professor Abraham Weintraub, pretende implementar na Educação. Mas duas coisas já são conhecidas sobre ele. Trata-se de um fiel seguidor das ideias de Olavo de Carvalho. Ele também enxerga as universidades brasileiras como templos do "marxismo cultural".
Quer dizer: vem aí mais do mesmo: intrigas e fantasmas ideológicos. Se você acredita em Deus, reze para que o novo ministro encontre algum tempo para cuidar de Educação. A nova troca de ministro, a segunda em menos de 100 dias, indica que Bolsonaro dá de ombros para os 61% de brasileiros que disseram ao Datafolha que ele fez nos primeiros dias de governo menos do que todos esperavam. Diante da insatisfação, o capitão decidiu dobrar a aposta. É como se Bolsonaro desejasse provar que é errando que se aprende… A errar.
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