Paradoxo: Pés de barro de Maia fragilizam Moro
Ao reaproximar a assombração da Odebrecht do mandato de Rodrigo Maia, a procuradora-geral Raquel Dodge conspira involuntariamente contra os interesses do ministro Sergio Moro (Justiça). Empurrado para o depósito das pendências legislativas, o pacote anticrime do ex-juiz da Lava Jato terá maior dificuldade para retornar à ordem do dia.
Dodge requereu ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, a prorrogação do inquérito contra o presidente da Câmara e o pai dele, o vereador carioca César Maia. No pedido, a chefe da Procuradoria informou que perícia da Polícia Federal reforça a suspeita de que a Odebrecht repassou por baixo da mesa R$ 1,4 milhão para Maia e seu pai. É grande a chance de Fachin autorizar a prorrogação.
Como se sabe, há poucos inocentes no Legislativo. A maioria dos congressistas é culpada ou cúmplice. A banda encrencada já vinha operando para submeter o pedaço anticorrupção do pacote de Moro a uma lipoaspiração. A petição de Dodge ofereceu ao grupo 1,4 milhão de argumentos para redobrar seus esforços.
Capitaneados pela senadora Eliziane Gama, líder do PPS, senadores de diferentes partidos protocolaram no Senado uma versão clonada do pacote de Moro. As propostas do ministro da Justiça ganharam a aparência de uma montanha na fronteira entre a Câmara e o Senado.
Os senadores cavam de um lado da montanha. Os deputados cavam do outro lado. Se os dois grupos se encontrarem no meio, o que é improvável, fazem um túnel. Se não se encontrarem, cavam dois túneis. Nessa hipótese, mais plausível, o interesse público e a conveniência da maioria dos legisladores continuarão trafegando em duas vias, uma na contramão da outra.
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