Gestão Bolsonaro faz mal à imagem dos militares
Jair Bolsonaro elegeu-se presidente enrolado na bandeira da lei e da ordem. Na cabeça do eleitorado, sua imagem confundiu-se com a das Forças Armadas. Eleito como cabeça de uma chapa puro-sangue militar, o capitão compôs um governo apinhado de companheiros de caserna. Cercou-se de generais no Planalto. Espalhou oficiais pela máquina pública. Descobre-se agora que a volta da farda ao poder não está fazendo bem à imagem dos militares.
Pesquisa inédita do Ibope divulgada pela revista Piauí revela que caiu 13 pontos percentuais a proporção de eleitores que acham boa ou ótima a ideia de um governo militar no Brasil. Em janeiro, quando Bolsonaro tomou posse, 62% dos brasileiros sonhavam com a presença dos militares no poder. Neste mês de abril, a taxa caiu para 49%. Ainda é alta. Mas o tombo é expressivo. No mesmo período, a popularidade de Bolsonaro despencou 14 pontos percentuais.
Impossível deixar de associar os dois movimentos. Prestes a entrar no seu quinto mês de existência, o governo Bolsonaro já apresenta pontos de ferrugem. Exibe sinais de um fenômeno que, em linguagem aeronáutica, é chamado de fadiga de materiais. Se o governo fosse um sucesso retumbante, a imagem dos militares iria às nuvens. Se a gestão é caótica, o prestígio da farda afunda junto com o do presidente.
Ironicamente, dois personagens da estima de Bolsonaro contribuem para estilhaçar a boa fama das Forças Armadas. O polemista Olavo de Carvalho, guru do presidente, dedica-se a desqualificar os militares que cercam Bolsonaro. Carlos Bolsonaro, o filho 'Zero Dois', realiza nas redes sociais uma campanha difamatória contra o vice, o general Hamilton Mourão.
"Nasci para ser militar", disse Bolsonaro dias atrás. Mourão já declarou que Bolsonaro é mais político do que militar. Logo, logo as Forças Armadas farão questão de recordar que o capitão deixou a carreira prematuramente, marcado por uma prisão de 15 dias por indisciplina.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.