Bolsonaro atirou contra a reforma, avalia a equipe
Integrantes da equipe econômica reagiram muito mal ao saber que Jair Bolsonaro sinalizara para jornalistas que o governo se daria por satisfeito com uma reforma previdenciária que resultasse num alívio fiscal de R$ 800 bilhões em dez anos. Na descrição de um dos auxiliares do ministro Paulo Guedes (Economia), a reação dos técnicos oscilou entre a decepção e a irritação. "O presidente atirou contra a reforma", resumiu um deles. "Sentimos esse tiro como se ele tivesse perfurado o nosso próprio pé."
Avaliou-se na pasta da Economia que Bolsonaro perdeu uma extraordinária oportunidade de perder uma oportunidade. Ao mover os lábios para falar sobre Previdência num café da manhã com jornalistas, o presidente acabou oferecendo aos congressistas o pretexto para ignorar a pretensão do governo de trabalhar para obter a aprovação da reforma sem emendas, com um refresco fiscal de R$ 1,237 trilhão.
Pior: o presidente rebaixou até mesmo o piso de R$ 1 trilhão, que Paulo Guedes vinha trombeteando como ecomomia mínima a ser obtida com a reforma. O receio dos técnicos é que os parlamentares passem a trabalhar com uma cifra ainda menor. Ouviu-se na pasta da Economia uma analogia pitoresca. "Isso funciona com a lógica da venda de um automóvel. Se eu acho que o carro vale R$ 1 trilhão, mas sei que o vendedor aceita receber R$ 800 bilhões, vou oferecer R$ 600 bilhões. Ou menos. É assim que os deputados e senadores vão raciocinar."
Pessimista, parte da equipe técnica teme que Bolsonaro tenha sepultado a possibilidade de o governo arrancar do Congresso uma reforma de fôlego. Estima-se, de resto, que o presidente pode ter jogado terra em cima do plano de estruturar uma transição para o sistema de capitalização na Previdência.
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