Bolsonaro se mete no BB e se omite no Turismo
O problema do governo é que Jair Bolsonaro se mete onde não deveria —estatais e bancos públicos— e se omite em áreas que pedem intervenção urgente —o Ministério do Turismo, por exemplo. Com isso, o capitão consegue deixar perplexos os operadores da Bolsa de Valores e irritados os eleitores.
Nesta segunda-feira, Bolsonaro derrubou as ações do Banco do Brasil ao insinuar em público que o presidente da casa bancária estatal, Rubem Novaes, deveria reduzir os juros dos empréstimos ao setor agropecuário. Mas fez cara de paisagem ante a queda da cotação do ministro Marcelo Álvaro Antônio na Polícia Federal.
"Faço um apelo para o seu coração e seu patriotismo para que esse juros, tendo em vista que você é cristão, para que esse juros caiam um pouco mais", disse Bolsonaro ao presidente do BB. O orador demonstra certa dificuldade de aprender com os próprios erros.
Imaginou-se que a tentativa atabalhoada de controlar os preços do diesel na Petrobras a golpes de gogó houvesse ensinado a Bolsonaro o básico: o órgão a ser governado nas empresas —estatais ou privadas— é a cabeça. Não se melhora um balanço com o coração.
Na pasta do setor turístico, o ministro reagiu ao avanço das investigações da Polícia Federal com conversa mole: "O que vem me atingindo há cerca de 3 meses é resultado de uma disputa política local, cujos interesses são prejudicados com minha presença no Ministério do Turismo", escreveu Álvaro Antônio.
Supondo-se que o ministro seja a pessoa honesta que diz ser, deveria fazer sua defesa longe da máquina pública, não por meio de notas oficiais do ministério. Governante que demora a perceber algo assim, tão trivial, estimula o eleitor a acreditar que a República já não precisa de um presidente, mas de um médico-legista.
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