Gênio da lâmpada de Bolsonaro se chama Olavo
Suponha que você se chama Jair Bolsonaro e preside um país chamado, digamos, Brasil. Você tomou posse há quatro meses. Embora você admita que não entende bulhufas de economia, já assimilou a avaliação de que a crise fiscal é feia. Porém, você ainda dispõe de três anos e oito meses para mudar o rumo das coisas.
Suponha que você está caminhando pelos jardins do Palácio da Alvorada e tropeça numa lâmpada mágica. De dentro da lâmpada sai um gênio. Ele diz que quer ajudar você a salvar o país. O gênio pergunta quais são suas quatro prioridades. Ele não costuma atender a mais de três pedidos por pessoa. Mas foi com a sua cara. E decidiu conceder-lhe um bônus.
Você responde rapidamente: "Uma escola sem partido, sem filosofia e sem sociologia; uma publicidade estatal sem tatuagens, sem cabelos compridos e sem transexuais; um turismo sem o paraíso gayzista, aberto apenas a estrangeiros que prefiram fazer sexo com mulheres; e, por último, um vice-presidente sem língua."
O gênio se irrita. Faz cara de nojo. E volta para o interior da lâmpada resmungando: "Você não precisa de mim. Creio que a alegada genialidade do Paulo Guedes tampouco lhe será útil. Tente repatriar o Olavo de Carvalho."
A esse ponto chegou Jair Bolsonaro. Tornou-se escravo mental de um guru amalucado. Prometia nomear um ministério de craques e entregar aos brasileiros o básico: educação, saúde e segurança. Para atingir seus objetivos, tocaria um governo sem viés ideológico e priorizaria na largada as reformas econômicas.
Súbito, descobre-se que cultivava uma prioridade secreta: converter o futuro do Brasil numa Antiguidade sem Sócrates, Platão e Aristóteles. Mas com muito viés ideológico e doses cavalares (com duplo sentido, por favor) de Olavo de Carvalho. Não há gênio que resolva.
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