Maia insinua que governo enxerga Educação e Meio Ambiente ‘pelo retrovisor'
Feito de altos e baixo, o relacionamento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com o governo de Jair Bolsonaro oscila como uma gangorra. Num instante em que se aproxima do Planalto em relação à reforma da Previdência, Maia decidiu distanciar-se de retrocessos que enxerga em áreas estratégicas como a Educação e o Meio Ambiente.
"Fixar os olhos no retrovisor em vez de contemplar o horizonte e buscar soluções para o futuro encarando de frente os desafios do presente pode ser erro fatal", escreveu o deputado em artigo publicado nesta segunda-feira (6), no jornal Valor.
Maia referiu-se em termos ácidos a uma das ideias mais caras do governo no setor da Educação: "É obsoleta e inútil a tentativa de criar um gueto, chamando-o de 'escola sem partido', a fim de cercar o tema e reduzir a amplitude e da firmeza com que temos de mergulhar nesse tema."
Sem mencionar o corte de 30% que o Ministério da Educação impôs ao orçamento das universidades e escolas federais, Maia bateu: "É necessário analisar a qualidade dos gastos e os resultados deles para o país."
O presidente da Câmara se contrapôs também à intenção do ministro Abraham Weintraub (Educação), endossada por Bolsonaro, de esvaziar os cursos de ciências sociais. "O Parlamento vai liderar esse debate. É preciso apostar na melhoria da qualidade dos cursos de filosofia, antropologia, sociologia, ciências humanas em geral."
Sobre Meio Ambiente, Maia ecoou os críticos da gestão do ministro Ricardo Salles, um dos mais prestigiados junto a Bolsonaro: "Somos potência ambiental do planeta. É impensável e irresponsável deixar que esse diferencial competitivo se converta em fonte de problemas para a imagem do país no exterior, de boicotes comerciais decorrentes de cobranças externas por transparência e assertividade na forma de lidar com a preservação do patrimônio ambiental."
Maia não chegou a esconjurar o debate sobre ajustes no marco regulatório do licenciamento ambiental. Mas circunscreveu a discussão à conveniência de "dotar a legislação de regras mais claras que preservem o meio ambiente e deem segurança jurídica para os investidores." Tudo isso "sem recuar um milímetro na proteção da natureza."
O texto de Maia parte de uma ideia central: cabe à política mediar os conflitos. E o tempo da política, sustentou o presidente da Câmara, tem duas peculiaridades imutáveis. "Uma delas é o funcionamento ininterrupto independente da fonte de energia que o alimenta: renovável ou não? Contemporânea ou ultrapassada? A outra é a impossibilidade de fazer os ponteiros voltarem atrás."
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