Dúvida nacional: a que temperatura ferve Moro?
Os alegados superpoderes de Sergio Moro minguaram depois que parlamentares vivos e vivaldinos colocaram seu pacote anticrime numa fila que pode durar até 2020. Neste início de semana, os poderes que restaram ao ministro da Justiça serão submetidos a um novo teste, pois os partidos do centrão desejam obter do Planalto o compromisso de retirar o Coaf do organograma comandado por Moro, devolvendo-o à pasta da Economia.
Chama-se Fernando Bezerra (MDB-PE) o relator da Medida Provisória que reduziu o número de ministérios a 22 e remodelou a Esplanada às necessidades de Bolsonaro. Bezerra é líder do governo no Senado. Em tese, deveria ecoar os interesses de Moro. Porém, informou à turma do centrão que deve incluir a meia-volta do Coaf no seu relatório. Mais: acha que fará a mudança com o aval do Planalto.
Bezerra conversará com os líderes partidários novamente nesta segunda-feira. Prevê-se que, no final do dia, fará uma visita ao ministro Onyx Lorenzoni. Disse aos seus aliados no Congresso que espera que o chefe da Casa Civil o conduza ao gabinete presidencial. Deseja sair de lá com um "tá Ok" de Bolsonaro. Alega-se que, se não for cedida, a mudança do Coaf será tomada no Legislativo na marra.
Na semana passada, Sergio Moro escreveu no Twitter: "Há discussão no Congresso para ele [Coaf] voltar para a Economia. Respeitosamente, não é o melhor. O ministro [Paulo] Guedes não quer. Qualquer decisão será, por óbvio, respeitada, mas estamos conversando com os parlamentares para mantê-lo [na Justiça]. No combate ao crime, integração é a chave."
Ou seja: se prevalecer a posição do centrão, encampada pelo relator governista Fernando Bezerra, Moro sofrerá uma nítida derrota política. Mais uma. Cada vez que isso acontece, ressurge uma dúvida: a que temperatura ferve a paciência do ex-juiz da Lava Jato?
— Atualização feita nesta segunda-feira (6/05) às 14h27: O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) negociou com o relator Fernando Bezerra a manutenção do Coaf no organograma da pasta da Justiça. Agora, falta obter os votos.
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