Apreço de Queiroz pelo breu aguça curiosidade
Relatórios do Coaf mostraram ao Ministério Público que havia pus no fim do túnel em que se escondiam as folhas de pagamento de certos gabinetes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Com a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos suspeitos, os investigadores acenderam a luz que iluminará todo o trajeto do dinheiro. Ex-faz-tudo do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz não gostou da novidade. Decidiu recorrer à Justiça para conservar seus dados no escuro.
"A decisão que determinou o afastamento [dos sigilos] é ilegal porque é lançada contra todos os investigados de forma genérica", declarou Paulo Klein, advogado de Queiroz. "O Código Penal determina que uma medida gravosa exige que seja fundamentada em cada um dos investigados. Isso não foi feito e isso é a primeira ilegalidade."
Na opinião do doutor, há outra afronta à lei, pois "tudo foi feito sem autorização do Tribunal de Justiça." Alega que o aval do tribunal era imperioso porque Flávio Bolsonaro, um dos alvos da apuração, era na época deputado estadual, com direito a foro especial. "O Ministério Público tentou burlar essa regra, dizendo que ele não era alvo da investigação. Agora, com a quebra do sigilo de Flávio Bolsonaro se vê que ele era alvo desde o início."
O próprio Flávio Bolsonaro já tentou brecar a investigação. Primeiro, no Supremo. Depois, no Tribunal de Justiça do Rio. Foi malsucedido nas duas tentativas. Nada assegura que Queiroz terá mais sorte. Por enquanto, o esforço para manter os dados fiscais e bancários no breu, não serve senão para aguçar a curiosidade. O apreço de Flávio e Queiroz pela escuridão dá uma boa ideia do que está por vir.
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