Congresso trata com desdém presidente do BC
O principal problema do Congresso brasileiro é que a sociedade é incapaz de reconhecer a responsabilidade dos congressistas. E eles são incapazes de demonstrá-la. Nesta quinta-feira (16), o economista Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, participou de uma audiência pública conjunta de sete comissões do Legislativo. Inscreveram-se para fazer perguntas apenas cinco parlamentares.
Repetindo: numa audiência com sete comissões, o número de interessados em fazer perguntas ao presidente do Banco Central cabia nos dedos de uma mão. O desinteresse se manifestou num dia em que o dólar comercial bateu em R$ 4,035 e a Bolsa de Valores caiu 1,75%, fechando em 90 mil pontos, o menor patamar do ano.
No momento, o desemprego é o único empreendimento que se revela pujante no Brasil. A ruína fiscal impede a economia de reagir, a despeito do esforço do Banco Central para manter na coleira os juros e a inflação.
Roberto Campos expôs um panorama da conjuntura econômica. Falou, por exemplo, sobre os efeitos deletérios que a ausência de reformas como a da Previdência exerce sobre a economia. Associou a reativação das fornalhas à previsibilidade dos cenários futuros. Algo que não será obtido sem ajustes que atenuem o drama fiscal que mantém o Estado na lona e o PIB na UTI.
Foi contra esse pano de fundo, tisnado pelo drama dos mais de 13 milhões de brasileiros privados de um contracheque que lhes permita encher a geladeira, que os parlamentares deram de ombros para a exposição de Roberto Campos Neto. Inquirindo-o, poderiam pelo menos ter simulado alguma presença de espírito. Mas a maioria preferiu mesmo exibir sua ausência de corpo.
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