Governo não precisa de pacto, mas de eficiência
A palavra pacto voltou ao noticiário. Sempre que isso ocorre é sinal de que Brasília está zonza e o Brasil está perdido. O vocábulo ressurgiu num café da manhã que reuniu os presidentes dos três Poderes. Ao final, o ministro Onyx Lorenzoni, que testemunhou a cena, anunciou para o início de junho a chegada do "pacto de entendimento e metas" para retirar o país do atoleiro.
A última vez que Jair Bolsonaro falou em pacto foi no dia da posse. Ao discursar no Congresso Nacional, o novíssimo presidente propôs um "pacto nacional entre a sociedade e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, na busca de novos caminhos para o Brasil". Ele reafirmou seu "compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão".
O apreço de Bolsonaro pelo pacto durou a distância que separa o prédio do Congresso da sede do governo. Minutos depois, em novo discurso, dessa vez no Parlatório do Planalto, o capitão anunciou, em timbre belicoso: "O Brasil começa a se libertar do socialismo e do politicamente correto." Estava declarada a temporada do eles contra nós, o lema que substituiu o nós contra eles do petismo.
Decorridos cinco meses, verificou-se o seguinte: no abismo que existe entre a retórica guerreira do discuso do Parlatório do Planalto e a lorota pacificadora do plenário do Congresso, surgiu um governo que tem dificuldades para encontrar o seu rumo. Esse tipo de problema não se resolve com pacto. Demanda trabalho, eficiência e respeito à Constituição, o único pacto que vale a pena seguir. Fora disso, qualquer ideia de pacto não resiste a meia dúzia de tuítes do presidente.
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