PDT rejeita a dissidência, mas tolera a suspeição
O PDT suspendeu a filiação de sua bancada de dissidentes. O anúncio foi feito em termos severos. Até que a legenda decida qual será a punição de Tábata Amaral e dos outros sete que votaram a favor da reforma da Previdência, "todos os oito parlamentares estão com as atividades partidárias, de representação na Câmara, suspensas. Nenhum desses oito pode falar ou ter função em nome do partido."
Coube a Carlos Lupi pronunciar essas palavras ácidas. A função dele no PDT é a de presidente. O personagem arrasta pela conjuntura política uma corrente de suspeições. Mas ninguém cogita suspendê-lo da sua função de dirigente partidário profissional. Ao contrário, todos toleram, sob atmosfera de franca cumplicidade, a gestão cartorial de Lupi.
Na campanha presidencial de 2018, o então candidato Ciro Gomes disse numa entrevista ao Jornal Nacional que Lupi tem a sua "confiança cega". William Bonner recitou a ficha corrida do presidente do PDT: responde a inquérito no Supremo sobre possível compra de apoio político para Dilma, em 2014; foi delatado como beneficiário de mesada de R$ 100 mil no esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral; é réu por improbidade administrativa em Brasília; a Comissão de Ética do Planalto recomendou sua demissão quando ocupava o cargo de ministro do Trabalho sob Dilma, o que acabou acontecendo.
Ciro e os demais dirigentes do PDT continuam convivendo normalmente com a suspeição. Mas querem o escalpo do pedaço da legenda que ousou se preocupar com o equilíbrio fiscal do Estado. Esconde-se embaixo do pretexto da fidelidade partidária a hipocrisia. Inverteram-se os valores. É como se os dirigentes do PDT avaliassem que, em meio ao breu ideológico, todos os pardos são gatos.
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