Bolsonaro evoca Lula para justificar filho nos EUA
Jair Bolsonaro fez uma opção preferencial pela polêmica. Costuma desfazer uma controvérsia criando outra. De preferência maior. Dias atrás, tumultuava a votação da reforma da Previdência na Câmara como sindicalista da corporação policial. Agora, envenena o ambiente do Senado, para onde seguirá a proposta previdenciária, com a ideia de converter o filho Eduardo em embaixador. Escasseando-lhe os argumentos, escorou-se em Lula: "O Tilden Santiago (ex-deputado do PT) não foi reeleito em 2002. Foi ser embaixador em Cuba (durante o primeiro mandato de Lula). Ninguém falou nada."
Já se sabia que o desejo de enviar o Zero Três para Washington era grande. Ao comparar o filho com o escolhido de Lula, Bolsonaro revela que sua vontade é mesmo ardente e irrefreável. A obsessão faz com que o capitão esqueça que seus 57 milhões de eleitores o enviaram ao Planalto para fazer o oposto do que fez Lula. A opção por Tilden Santiago foi tão precária e inadequada quanto a preferência por Eduardo Bolsonaro. Com duas diferenças: o ex-deputado petista não é filho de Lula. E Havana não é Washington.
Em conversa com os repórteres, Bolsonaro lançou na atmosfera um lote de interrogações. Alguém precisa responder. Vai abaixo uma tentativa:
1) "Por que essa pressão em cima de um filho meu?" Simples: porque o pai não se dá ao respeito.
2) "Ele é competente ou não é competente?" Mais simples ainda: Não, o deputado Eduardo Bolsonaro não exibe as credenciais para representar o Brasil no mais importante posto diplomático no exterior.
3) "Tem algum impedimento?" Há inúmeros impedimentos. Dois deles são aberrantes: a) O nepotismo; b) A conversão do Brasil numa autocracia bananeira.
4) "Qual o grande papel do embaixador?" Ora, se o presidente da República desconhece as atribuições de um embaixador, o que parecia algo contornável torna-se uma dificuldade crítica, capaz de influenciar o rumo de um governo.
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