Carluxo leva o porta-voz Rêgo Barros à frigideira
O vereador carioca Carlos Bolsonaro vive atrás de demônios para lhes transferir a culpa pelas ações e confusões do seu pai-presidente. Elegeu um demônio novo: o general Otávio do Rêgo Barros, porta-voz da Presidência da República. Atribui a ele o desgaste ocasionado pelas entrevistas de Jair Bolsonaro .
"Por que o presidente insiste no tal café da manhã semanal com 'jornalistas'?", indagou Carluxo nas redes sociais, referindo-se aos encontros idealizados por Rêgo Barros para estreitar a inimizade do presidente com a imprensa. "Absolutamente tudo que diz é tirado do contexto para prejudicá-lo", avaliou o Zero Dois.
Na última sexta-feira (19/07), em conversa com jornalistas estrangeiros, Bolsonaro caprichou. Entre outras barbaridades, mentiu sobre a inexistência de fome no Brasil; tratou dados científicos oficiais sobre o desmatamento na Amazônia como se fosse notícia falsa; ameaçou sonegar verbas federais a governadores nordestinos de oposição, os "paraíbas"; e caluniou a repórter Miriam Leitão.
Para Carluxo, Bolsonaro oferece entrevista a jornalistas que merecem truculência. Ele postou nas redes vídeo no qual o capitão trata os repórteres com rispidez numa conversa defronte do Palácio da Alvorada (assista abaixo). "Foi pra isso que ralei muito para eleger nosso presidente", celebrou o Zero Dois.
Sem citar Rêgo Barros, Carluxo escreveu que seu pai não deveria "seguir conselhos de meia dúzia que jamais olharam para sua cara ao longo de sua trajetória. Isso para ser bem educado! Nunca é por acaso muito do que acontece a seu redor."
O filho tuiteiro de Bolsonaro especializou-se na escolha de demônios. Já carbonizou dois: os ex-ministros palacianos Gustavo Bebianno e general Santos Cruz. Leva Rêgo Barros à frigideira porque precisa de outro inimigo claro. O demônio exime Carluxo de todo exame do mal, a começar pelo mais difícil: o exame das debilidades do seu pai. O problema não está no porta-voz, mas na própria voz.
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