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Josias de Souza

No trânsito, capitão troca direita pela marcha à ré

Josias de Souza

16/08/2019 01h47

Já se sabia que Jair Bolsonaro levaria o governo para a direita. Foi eleito cavalgando esse pressuposto. Mas em matéria de segurança no trânsito, Bolsonaro leva o Estado para trás. O pior é que ele dá marcha à ré na contramão.

No comando de uma nação que ocupa a quarta colocação no ranking mundial de mortes no trânsito, o presidente oferece refresco a motoristas infratores, retirando de cena os radares móveis. Sumiria com os fixos também. Mas a Justiça não deixou.

Alega-se que o governo está assegurando direitos individuais. Por esse raciocínio, os caminhoneiros, por exemplo, teriam o direito de trabalhar sem ser importunados pela chamada "indústria da multa".

O diabo é que o interesse coletivo da sociedade precisa prevalecer sobre o direito individual. Sobretudo quando a vida alheia está em jogo. No mais, se existe alguém industrializando multas, deve-se eliminar a safadeza, não os radares.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.