Indústria da tolice é a única que cresce com vigor
Num cenário em que as previsões apontavam para o risco de uma recessão técnica, com dois trimestres consecutivos de PIB negativo, o crescimento de 0,4% no segundo trimestre reduz a taxa de desespero do brasileiro. Os dados do IBGE trazem, aqui e ali, alguns sinais alentadores. Por exemplo: uma lenta recuperação de setores como o da construção civil e a indústria. Mas vale a pena ecoar as palavras do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, um técnico sempre muito realista. "Não dá para soltar fogos", ele disse.
Do mesmo modo, é preciso realçar que há coisas boas acontecendo no Brasil. As reformas econômicas avançam no Congresso. E existe um pedaço da Esplanada dos Ministérios que carrega o piano do governo. Nesse núcleo, suam blusas e paletós ministros como Paulo Guedes, da Economia, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, e Tereza Cristina, da Agricultura. São personagens que ajudam a impedir que o ruim se torne ainda pior.
Por último, nenhuma análise da conjuntura econômica seria completa se não levasse em conta o papel desempenhado por Jair Bolsonaro. Quando Bolsonaro tomou posse, projetavam-se taxas de crescimento acima de 2% para 2019. Hoje, a despeito do soluço do PIB no segundo trimestre, as previsões para o ano continuam rodando nas cercanias de 1%. Coisa ridícula. O único empreendimento que cresce vigorosamente no país é a usina de crises do Palácio do Planalto.
Em alguma medida, as crises tolas que o presidemte fabrica em escala industrial contribuem para retardar a recuperação dos indicadores econômicos, entre eles os índices de desemprego. A demora custa caro. A economia mundial se deteriorou antes que o Brasil conseguisse exibir uma recuperação pujante. A insegurança que trava os investimentos diminuiria no país se, de repente, por milagre, baixasse no cérebro do presidente um surto de ridículo que o levasse a fechar a fábrica de tolices.
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