Cana de Garotinho e Rosinha tem porta giratória
Com a prisão temporária desta terça-feira, Anthony Garotinho já coleciona quatro passagens pela cadeia desde 2016. Sua mulher Rosinha, duas. No caso do casal, a cana não é sinônimo de tranca, mas de porta giratória. A pergunta é: Até quando vai durar esse entra e sai?
Garotinho é adepto da tese segundo a qual procuradores, promotores, delegados e juízes estão criminalizando a política. Meia verdade. É fato que políticos graúdos chegaram à cadeia. Mas quem criminalizou a política foram os criminosos, não os agentes públicos que rastrearam os crimes.
No caso do Rio de Janeiro, a situação é especialmente dramática. No momento, encontram-se atrás das grades quatro ex-governadores eleitos nas últimas duas décadas. Além do casal Garotinho, agora recolhido por traficâncias na cidade de Campos, estão presos o 'capo' Sérgio Cabral e seu comparsa Luiz Fernando Pezão.
Não é só: já passaram pelo sistema carcerário ou ainda estão presos um par de presidentes da Assembleia Legislativa do Rio, uma penca de ex-deputados estaduais e deputados eleitos no ano passado, além de cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. O quadro é de septicemia.
Não há mais pecados originais nesse Rio capturado por uma organização criminosa. O que há são novas erupções de velhos esquemas. Estabeleceu-se no estado uma rotina de trem-fantasma. Nela, um espanto se esvazia quando é substituído pelo assombro seguinte, no qual estão personagens vistos na volta anterior.
– Atualização feita nesta quarta-feira (4) às 11h56: A porta giratória voltou a ser acionada. O casal Garotinho deixou a cadeia menos de 24 horas depois da prisão.
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