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Josias de Souza

Primeiro desafio de Aras é ‘domar’ a corporação

Josias de Souza

05/09/2019 20h13

A militância virtual pró-Bolsonaro, muito ativa nas redes sociais, recebeu com um pé atrás a indicação de Augusto Aras para o estratégico posto de procurador-geral da República. O personagem é visto como um petista enrustido. Desconsidera-se o fato de que, para prevalecer no intrincado processo de escolha de Jair Bolsonaro, Aras teve de assumir compromissos que tornam seu hipotético petismo um problema secundário. O que mais inquieta são as roldanas que o substituto de Raquel Dodge traz implantadas na cintura. Aras gira conforme a conveniência.

Tanta maleabilidade política atiça os ânimos da corporação dos procuradores num instante em que Raquel Dodge enfrenta uma debandada. O staff criminal da Procuradoria exonerou-se de suas funções justamente porque farejou um odor de enxofre na movimentação da procuradora-geral em fim de mandato. Ao retirar um substituto do bolso do colete, Bolsonaro pode ter virado a maçaneta da porta do inferno. (Veja no comentário abaixo).

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.