Duas visões da facada: o retrovisor e o para-brisa
O aniversário de um ano do atentado a faca contra da Jair Bolsonaro é uma boa oportunidade para olhar a história pelo retrovisor e através do parabrisa. Primeiro, o retrovisor: muita gente diz que a facada elegeu o capitão. Isso reflete apenas parte da realidade.
Bolsonaro chegou ao Planalto empurrado sobretudo por três fatores. O primeiro foi um esforço pré-eleitoral do então deputado do baixo clero. Ele cortou o mapa do país num vaivém para o qual ninguém deu a devida atenção, inclusive a imprensa.
O segundo fator foi o trampolim oferecido pelo antipetismo, a maior força eleitoral de 2018. O terceiro foi a facada, que virou um evento da campanha.
O bombardeio dos rivais foi interrompido. Parte do eleitorado tornou-se solidário. E os oito segundos de propaganda televisiva de Bolsonaro viraram 24 horas de exposição gratuita.
A disputa foi marcada por uma ironia: os dois protagonistas participaram de fases decisivas da campanha como estrelas presas —Bolsonaro atado ao leito do hospital, recebendo os fluidos da Lava Jato, que estilhaçou o PT e todo o sistema político; Lula, na cadeia, tentando cacifar o petista Fernando Haddad. Deu no que está dando.
Agora, um rápido olhar pelo parabrisa. O veneno da superpolarização de 2018 invadiu o novo ciclo inaugurado em 2019.
Além de reerguer moral e economicamente o país, o novo presidente precisaria pacificar o Brasil. Mas Bolsonaro parece desperdiçar a sua hora. Deveria fornecer trabalho e resultados. Preferiu industrializar a raiva. O governo seria outro se o presidente retirasse a raiva do pudim.
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